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Graduada em Educação Física-Licenciatura Plena/UFES. Especialista em Docência do Ensino Superior/UFC. Mestrado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias/ UNESP - Rio Claro/SP. Doutoranda em Educação/UFC.
(...) não morro sem ver a Capoeira reconhecida como Educação Física, e das boas. [...] Que linda a educação que encanta, jogada, dançada, cantada. João Batista Freire (SILVA; HEINE, 2008, p.16).

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Atividades sugeridas

Ética:

1. Solicitar aos alunos que realizem uma pesquisa no youtube, de vídeos que demonstrem a Capoeira de forma violenta. Em seguida, assistir com eles o material que encontraram ressaltando, inicialmente, o que é Capoeira e o que não faz parte dela, descaracterizando-a; em seguida discutir sobre a violência apresentada e as atitudes antiéticas;
Depois realizar uma aula prática, onde os alunos reflitam e construam as respostas motoras, trocando as atitudes antiéticas pelas éticas correspondentes, da Capoeira.

2. A partir ainda destas imagens ou de algumas outras que o professor leve para a aula, pode-se ensinar alguns dos movimentos desequilibrantes da Capoeira, como a tesoura-de-costas, por exemplo, demonstrando que é possível projetar o outro ao chão sem machucá-lo, com técnica tanto para derrubar quanto para cair. Este movimento pode ser ensinado em trios, onde dois alunos ficam de pé, de frente um para o outro e de mãos dadas (é recomendado que esta aula seja realizada na grama, na areia ou em colchões) e o terceiro irá realizar a tesoura-de-costas, passo a passo, em cada um dos dois que estão se segurando, evitando que caiam ao chão, na primeira fase. Na segunda fase a projeção será feita com maior velocidade e assim provocará a queda que será amortizada pelo colega que está segurando aquele que está recebendo a tesoura-de-costas. Este irá cair rolando de costas.

Pluralidade Cultural:

1. A dramatização é uma metodologia eficaz e bem aceita pelos alunos, que pode ser realizada por toda a turma. Sugere-se que o professor de Educação Física trabalhe junto com o professor de história e possam desenvolver uma peça teatral relacionando o processo histórico do Brasil com a Capoeira e as diferentes etnias que formaram este país, e que ainda chegam, até os dias de hoje. 

2. Outra possibilidade é solicitar aos alunos que façam uma pesquisa sobre os diferentes costumes trazidos pelos negros, portugueses, italianos e espanhóis: sua forma de dançar, lutar e sua religião, por exemplo.  Desta forma as pesquisas irão demonstrar o que cada uma trouxe de contribuição e os alunos poderão entender as diferenças existentes nos dias atuais, destas três formas de expressão. Além disso, será possível explicar a diferença entre Capoeira e religião.

3. Para explicar as diferenças entre cada ser humano, ao ensinar a ginga, fundamento básico da Capoeira, o professor pode solicitar aos alunos que formem duplas. Cada dupla terá um giz nas mãos e irão desenhar, cada um o triângulo do outro. Cada ponto da base deste triângulo deve ser delineado pelos pés de apoio: o primeiro aluno fica de pé, com as pernas um pouco afastadas e o outro irá fazer um pequeno círculo em volta de cada um dos pés do primeiro. Em seguida o professor solicita que este aluno desloque uma de suas pernas para trás e tente permanecer em equilíbrio nesta posição. O segundo aluno irá desenhar o terceiro ponto que formará o triângulo.
Após todos os alunos terem seus triângulos desenhados o professor ensina a dinâmica da ginga somente falando, sem realizá-la, para que o aluno possa construir seu próprio movimento, a partir de sua reflexão. Em seguida o professor solicita que os alunos troquem de triângulos e tentem gingar. Neste momento evidenciam-se as diferenças e pode-se discutir que para um mesmo movimento cada pessoa necessita de espaços diferentes e que isso é inerente ao ser humano, não significando que um está certo e outro errado.

Meio Ambiente:

1. O professor de Educação Física pode, juntamente com os professores de Geografia e Artes, e apoio da escola, produzir uma oficina de confecção de berimbau, explicando onde é o local e qual o tipo de mata para a retirada da madeira, que pode ser a beriba (a mais usada), o pereiro, dentre outras; qual é a época certa para a extração evitando inclusive o desperdício de retirar uma verga e ela não está própria para a fabricação; como ela deve ser extraída; a necessidade do replantio.
Depois disso, em forma de vídeo, ou de demonstração, ou ainda da própria pesquisa dos alunos, pois é possível achar filmes que ensinam todo o processo de produção, fazer com que os alunos vivenciem a faricação do berimbau.

2. O professor pode ainda levar um texto que explique as fases da construção do berimbau e utilizar o método painel integrado, para abordar este assunto. O professor deve separar este texto em partes, de acordo com seu número de alunos, e as fases da confecção. Como exemplo imagine que o texto ficou dividido em 5 partes: retirada; preparação da madeira; outros materiais necessários; montagem, replantio e preservação do meio ambiente. Em seguida divide-se a turma em cinco grupos e todos receberão um número. Cada grupo irá ler sua parte do texto. Após todos terem lido o professor faz novos grupos juntando os números iguais de cada um dos primeiros grupos. Desta forma cada novo grupo terá participantes que leram todas as partes do texto, possiblitando uma reflexão conjunta sobre cada parte que foi aprendida e sua sequência. Ao final faz-se uma discussão entre todos sobre como confeccionar um berimbau sem agredir o ecossistema. 


Saúde:


1. Pode-se trabalhar solicitando aos alunos que façam entrevistas e produzam um vídeo com capoeiristas e/ou ex-capoeiristas, com no mínimo dois anos de prática contínua, que possam comentar sobre casos reais de praticantes que se lesionaram devido ao exagero. Em seguida assistir aos vídeos e comentar com os alunos sobre os limites do corpo e as razões pelas quais uma atividade física deve ser praticada adequadamente.

2. Também pode-se levar um dos entrevistados para relatar sua experiência e conversar com os alunos.

Orientação Sexual:

1. Solicitar aos alunos que levem para a aula recortes de jornais e revistas, fotos, reportagens e/ou xerox de livros, que apresentem a temática da mulher na Capoeira. A partir deste material e abordagem do tema com os alunos, montar um painel, através de colagens, que será exposto na escola. Cada turma fará o seu próprio cartaz e o professor pode montar uma exposição dos trabalhos realizados.
- Tópicos interessantes a serem apontados: Quem foi a primeira Mestra de Capoeira? Existem rodas de Capoeira somente para mulheres? Como se deu sua participação que era mínima e hoje percebe-se um alto número de mulheres capoeiristas?

2. A partir de diferentes materiais: lápis de cor, giz de cera, canetinha hidrocor, etc, o professor solicita aos alunos que façam duplas mistas, um menino e uma menina. A partir daí cada dupla terá uma folha de papel jornal e fará desenhos (bonequinhos simples) um do outro, realizando movimentos de Capoeira. Desta forma surgirão os desenhos dos meninos e das meninas que não apresentarão diferenças, sendo possível discutir e demonstrar as questões de gênero, pois apesar do corpo feminino expressar-se de formas variadas do masculino, as ações motoras produzidas são as mesmas.
Esta atividade também oportuniza que todos participem, aprendendo a Capoeira e outros temas de diferentes maneiras - neste caso pelo desenho - contemplando as individualidades que se apresentam entre os alunos, satisfazendo-as. Estes cartazes também podem ser expostos.

Trabalho e Consumo:

1. Solicitar aos alunos que levem diferentes tipos de roupas e calçados usados, que possam ser utilizados na aula. O professor pode separá-los em grupos e indicar o que cada um deles irá levar: calças jeans, bermudas jeans, camisetas, camisas de gola, saias, sapatos de salto alto, sapatilhas, tênis, sapatos de couro, etc. A intensão é exemplificar e discutir o que é adequado e o que não é para a prática da Capoeira.
Pedir que vistam o material que levaram, por cima mesmo de suas roupas e o professor desenvolve uma aula prática de Capoeira e a roda treino.
Discutir com eles como foi a vivência e as dificuldades encontradas apontando para o que é realmente necessário para praticar a Capoeira e outros esportes e a própria Educação Física.

2. Pesquisar, juntamente com os alunos, quais sites e blogs de Capoeira trabalham com a comercialização de produtos relacionados à arte-luta. Fazer uma listagem de quais são, os valores, para que servem, etc.
Discutir e refletir com eles sobre estes valores, o que é necessário, o que eles comprariam e porque; qual a utilidade do que está sendo vendido, dentre outros.

3. Solicitar aos alunos que investiguem sobre o valor cobrado nos Batizados de Capoeira e o que o aluno está adquirindo ao pagar tal valor. Comparar as diferenças e refletir sobre as mesmas.
 

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